O presidente Jair Bolsonaro,
numa crise sanitária sem precedentes, quis demitir o ministro da Saúde Luiz
Henrique Mandetta, que vem batendo de frente com presidente sobre a questão do
isolamento social. A gota d’água teria sido a participação do ministro Mandetta
numa live de uma dupla sertaneja. O presidente Bolsonaro não permite ser
ofuscado e, como falamos ontem, o ministro Mandetta tem uma popularidade em
dobro a do Bolsonaro quando o assunto é a covid-19.
Bom destacar que não vejo o
Mandetta como um ministro da Saúde da melhor qualidade, mesmo porque representa
os interesses da saúde privada. Ele apoio o golpe, ajudou a acabar com o
programa Mais Médicos e quis sucatear o SUS mais ainda. Sendo assim, está longe
dos interesses coletivos, mas, nesse combate à pandemia, está agindo como
médico. Está agindo com sensatez, ao contrário do presidente da República, que
quer jogar o povo nos braços da morte em nome da economia.
Nessa questão da demissão
impedida, o presidente e o ministro da Saúde vem discordando de como proceder
no combate ao novo coronavírus, sendo que o ministro quer manter, por enquanto,
o isolamento social, o que vem desagradando o Bolsonaro, que quer que apenas os
idosos fiquem em isolamento, mesmo as experiências mundiais mostrando que isso
não funciona.
Nesse confronto, a mídia e a
população que tem juízo estão dando ouvidos ao ministro Mandetta, que sempre
vem mantendo destaque por causa de sua sensatez, ao contrário do chefe da
Nação. Não é à toa que Mandetta tem mais de 70% de aprovação sobre a questão do
combate à covid-19, enquanto o Bolsonaro tem pouco mais de 30%. Esse destaque e
essa aprovação de Mandetta é um tapa na cara de um homem como Bolsonaro, que
quer tocar fogo no Brasil e seus auxiliares agem para impedir essa loucura.
Bolsonaro sente o ego dele ameaçado. Concordo com as palavras da Deputada
Federal mineira Margarida Salomão, do PT, que afirmou que “é infantil usar como
argumento a acusação de ser ‘estrelinha’ para demitir Mandetta. Bolsonaro é uma
criança com déficit de atenção, que quer ser permanentemente o foco das
atenções. Sua masculinidade frágil exige demonstrações autoritárias”.
Lembrei aqui de um trecho da
Bíblia, em Provérbios, capítulo 21, versículo 24, que diz assim: “o vaidoso e
arrogante chama-se zombador; e ele age com extremo orgulho”. E quem age com orgulho
não se dá bem. Acaba destruindo ou destruindo. Quem será destruído: o Brasil ou
o Bolsonaro?
Como esperança para essa
resposta, usarei outro trecho da Bíblia, em Habacuque, capítulo 2, versículo 4,
que diz: “Escreva: O ímpio está envaidecido; seus desejos não são bons; mas o
justo viverá por sua fidelidade”. O ímpio envaidecido com maus desejos é o
Bolsonaro. O justo que viverá por fidelidade a Deus é o Brasil. O Brasil não
será destruído por um ímpio. Vamos sobreviver a esse vírus.
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