“O Brasil não é um país para
principiantes”, afirmou o poeta Tom Jobim. Podemos perceber isso na última
polêmica do Governo Federal, envolvendo o presidente Bolsonaro e o agora
ex-ministro da Justiça, o Sérgio Moro. A briga aconteceu entre os dois para ter
o domínio da Polícia Federal e mostrou a faceta de Moro e Bolsonaro. Mostrou
que os dois são farinhas do mesmo saco, mas com estilos diferentes.
Moro surfou na onda de juiz
que combate a corrupção, mas sempre agiu na ilegalidade, tomando decisões que,
olhando de forma neutra, iam de encontro com a letra da lei. Sempre protegido
pela mídia tradicional, virou uma bandeira anticorrupção, mas seus desejos
políticos sempre estiveram claros. Essa posição de Sérgio Moro, sob a proteção
da mídia, e uma onda de cegueira nacional, possibilitou a eleição de um sujeito
inepto como Jair Bolsonaro. Além disso, ajudou a tirar Lula, que liderava as
pesquisas eleitorais, da eleição de 2018. Moro condenou Lula com base na sua
convicção e não baseado em provas. Assim, Bolsonaro foi eleito com um discurso
anticorrupção, se dizia o político da nova política, sendo ele saído do
centrão, um grupo que forma um mar de lama no Congresso Nacional, e dizendo que
não iria realizar a política do toma lá, dá cá, sendo que está fazendo isso,
sim!
Eleito presidente, Jair
Bolsonaro, premiando o Sérgio Moro pela ajuda na eleição, ofereceu ao ex-juiz o
Ministério da Justiça com carta branca. No Ministério da Justiça, quis Moro
criar uma ilha dentro do governo Bolsonaro, tomando decisões independentemente
do presidente, mas sempre colaborando com o presidente da República quando era
necessário. Por exemplo, o presidente teve acesso ao inquérito da Polícia
Federal, que corria em segredo, sobre a questão do esquema do laranjal do PSL,
partido pelo qual foi eleito presidente. Moro também se utilizou da posição
para ter acessos que não poderia ter tido. No vazamento da The Intercepte
Brazil, que mostrou relação ilegal dele com o Ministério Público, queria o
então ministro Moro destruir as provas.
Agora veio a questão da
nomeação do Diretor Geral da Polícia Federal. Moro não se colocou exatamente
contra a exoneração do Valeixo, mas queria colocar um nome dele para manter o
controle sobre a PF. Já Bolsonaro queria colocar uma pessoa de sua confiança
para ele, o presidente, ter o controle da Polícia Federal. E aí a briga de egos
deles explodiu. A questão era utilizar a Polícia Federal para fins ilícitos.
Moro queria continuar com esse monopólio e Bolsonaro quis tirar isso.
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